Sabe quando você entra no Twitter e vê alguém dizendo: “Nova stack JavaScript que vai revolucionar o mercado!”… e você nem aprendeu direito a anterior? Pois é. Parece que estamos presos em um looping infinito de frameworks, onde o hype chega antes da estabilidade e a documentação às vezes é só um post no Medium de 2017.
Hoje vamos falar da polêmica que todo dev já murmurou (ou gritou em silêncio): será que estamos realmente evoluindo, ou só refazendo a roda com nomes mais descolados?
🤹 O circo dos frameworks
A cada três scrolls no feed do LinkedIn ou X, surge um novo “meta-framework”, “turbo stack”, “minimal boilerplate” ou alguma variação disso. A promessa é sempre a mesma: ser mais performático, mais fácil, mais intuitivo, mais tudo. Mas será que alguém parou pra pensar se a gente precisava mesmo disso?
Um dev backend sênior que conheci uma vez me disse:
“Todo framework novo é como uma start-up: começa resolvendo um problema real, mas logo vira uma empresa tentando justificar sua existência.”
E ele não estava errado.
🧠 Por que caímos nesse ciclo?
Existem alguns fatores — técnicos, emocionais e até sociais — que explicam esse comportamento:
-
Curiosidade natural do dev: Aprender coisa nova dá aquele shot de dopamina. Parece que estamos “evoluindo” só por ter digitado
npm install o-novo-do-momento
. -
FOMO (Fear of Missing Out): Ver todo mundo postando sobre o novo
XJS
faz a gente se sentir desatualizado. Gatilho da escassez ativado com sucesso. 😅 - Prova social: Se grandes empresas usam, deve ser bom, né? (Spoiler: nem sempre.)
- Síndrome do impostor inversa: “Se eu não estou aprendendo o novo framework, será que sou um dev de verdade?”
Resultado? Gente migrando de stack antes mesmo da anterior estar consolidada no projeto.
🧩 E o problema não é o framework…
Antes que você pense que isso é um manifesto reacionário do tipo “voltemos ao jQuery”, calma lá.
Frameworks são importantes, sim. Eles abstraem complexidade, padronizam boas práticas e impulsionam a comunidade. O problema está no consumo desenfreado, não na criação. É como querer trocar de carro toda semana só porque lançaram um com farol de LED.
Nem toda mudança é evolução. E nem toda novidade vale a pena pra você, agora.
🔍 Então o que fazer?
A chave aqui é intencionalidade. Em vez de correr atrás de tudo o que brilha, que tal:
- Investigar a real necessidade da stack antes de adotar algo novo.
- Estudar fundamentos, que nunca saem de moda (HTTP, arquitetura, lógica de programação…).
- Dominar bem uma stack antes de saltar para outra. Ser especialista ainda é sexy, viu?
- Entender o contexto do projeto e da equipe. Às vezes, o melhor framework é aquele que TODO MUNDO CONSEGUE USAR.
💬 Conclusão: nem toda buzzword vira legado
O mundo dev tem um ritmo alucinante — e parte disso é o que torna tudo tão instigante. Mas também pode ser exaustivo se você entrar no jogo do hype como se fosse um campeonato.
Você não precisa conhecer todos os frameworks para ser um bom dev. Precisa saber escolher quando usar algo novo — e quando dizer: “Tá bom assim, obrigado.”
Então da próxima vez que surgir uma nova lib com nome de animal selvagem misturado com sigla obscura, respira fundo. Pergunta pra si mesmo:
Isso resolve um problema real ou só alimenta minha ansiedade de estar por dentro?
“Framework bom é igual café: não precisa ser o mais caro, só precisa funcionar bem no seu dia a dia.” – Um dev cansado, provavelmente.